Fazer xixi é como escrever um bom poema. Ao acabá-lo, sente-se um alívio imenso, um alívio enorme que o corpo precisa imperiosamente. A poesia, que é subversiva, flexível como o chiclete, tem propriedades diuréticas; alivia porque é um magnífico tranquilizante sem bula. Em dose altas, cria vício ou alergias. A sua capacidade subversiva ou as suas reações alérgicas permitem-nos lançar um olhar interpretativo, solícito e oblícuo sobre o nosso tempo. E seguir mijando.